A Igreja Católica da Alemanha começará em breve a ministrar bênção a casais homossexuais, de acordo com decisão tomada nesta sexta-feira (10/03) em reunião em Frankfurt da Assembleia Sinodal, fórum de diálogo criado para impulsionar a reforma do catolicismo no país.
Conforme a agência de notícias católica alemã KNA, também deverão ser permitidas bênçãos para quem casou novamente no civil e para divorciados.
A KNA informou ainda que há uma recomendação para que a Conferência dos Bispos da Alemanha e o Comitê Central de Católicos Alemães “desenvolvam e introduzam celebrações litúrgicas apropriadas em tempo hábil” para que a medida entre em vigor.
Deverá ser formado um grupo de trabalho que criará “prontamente” uma apostila para as celebrações da bênção, a fim de especificar como as celebrações da bênção devem ocorrer. Assim que a apostila estiver pronta, cada bispo poderá implementar as celebrações da bênção em sua diocese. As experiências serão avaliadas em 2026.
Dos 202 membros da assembleia, 176 votaram a favor, 14 votaram contra e 12 se abstiveram. Com esse resultado, portanto, a maioria de dois terços requerida para a mudança foi alcançada.
Permitir cerimônias de bênção para casais do mesmo sexo era uma das reivindicações centrais no processo de reforma chamado de Caminho Sinodal, que está em andamento desde 2019, e é encarado como um grande desafio e um teste decisivo para a capacidade de reforma da Igreja Católica na Alemanha.
O Caminho Sinodal é um movimento católico progressista que busca, por exemplo, acabar com o celibato para os padres e ter mulheres como diaconisas.
Em 2021, o Vaticano já advertiu que a bênção de casais homossexuais não é permitida segundo a doutrina da Igreja Católica e que esse tipo de união “não pode ser reconhecida de maneira objetiva de acordo com os planos revelados de Deus”.Em julho de 2022, a Santa Sé advertiu os reformadores alemães, dizendo que eles não têm autoridade para instruir bispos sobre questões morais ou doutrinárias.
No passado, o Vaticano já argumentou que encara os apelos do Caminho Sinodal como iniciativas que podem dividir a Igreja. *Com informações DW