A poluição por plásticos nos oceanos em todo o mundo alcançou “níveis sem precedentes” nos últimos 15 anos. Cerca de 170 trilhões de pedaços de plástico e micro plásticos estariam presentes na superfície dos oceanos de acordo com um estudo que alerta para este novo recorde preocupante.
Os autores do estudo, publicado nesta quarta-feira (8) na revista americana PLOS One, preveem até uma aceleração do fenômeno se nada for feito para impedir essa tendência, e pedem ao mundo que conclua o tratado internacional, previsto para 2024, que supostamente salvará o planeta desse lixo.
O peso total dessa poluição representa 2,3 milhões de toneladas, estima o estudo. Os resultados são baseados em amostras de plástico coletadas em mais de 11 mil estações de observação em todo o mundo, ao longo de 40 anos, de 1979 a 2019.
No meio dos oceanos, essa poluição é formada principalmente por equipamentos de pesca e boias, enquanto roupas, pneus de carros e plásticos de uso único costumam ser mais encontrados perto da costa. A presença desses dejetos ameaça os animais, que ficam presos nos pedaços maiores ou ingerem microplásticos, que circulam na cadeia alimentar até chegar aos humanos.
No ano passado, 175 países concordaram em acabar com essa poluição desenvolvendo um tratado, amparado pela ONU, até o final de 2024. A próxima sessão de negociação está marcada para maio, em Paris. Para os autores, esse tratado deve ser ambicioso o suficiente para reduzir a produção e o uso de plástico, mas também gerenciar melhor sua eliminação.
“A coleta de plástico no meio ambiente tem apenas um efeito limitado, por isso as soluções devem se concentrar em limitar as liberações de plástico”, indica o estudo. *Com informações RFI