Com início nesta sexta-feira (19), a cúpula do G7 acontece até o próximo dia 21 em Hiroshima, no Japão, e terá como assuntos principais a guerra na Ucrânia e o aumento da inflação nas principais economias do mundo. Além das nações membros está prevista a participação de representantes de países convidados e de organismos como as Nações Unidas, o Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial e União Europeia, entre outros.
A cúpula de Hiroshima é uma oportunidade para os líderes do G7 mostrarem sua determinação em defender a ordem internacional baseada no Estado de Direito e fortalecer seus contatos. Outros temas ainda previstos e que serão abordados durante as oito sessões de trabalho são o enfrentamento das vulnerabilidades dos países de média e baixa renda por conta da crise, a aceleração de ações voltadas à mudança do clima e à transição energética, ajuda internacional para obtenção do equilíbrio energético, o fortalecimento da arquitetura internacional no campo da saúde pública, o desarmamento nuclear, alimentação, saúde e desenvolvimento.
A presidência japonesa convidou ainda os líderes da Austrália, Brasil, Comores, Ilhas Cook, Coreia, Índia, Indonésia e Vietnã para participar de várias sessões de trabalho durante a cúpula. Ao fim do encontro, um comunicado com os resultados obtidos deve ser divulgado.
Guerra, diamantes e um pedido de reparações
Os líderes do G7 vão discutir ainda uma maneira de rastrear o comércio de diamantes russo, o que pode ser um primeiro passo para impor restrições ao país, disse um funcionário do G7 à Reuters, nesta quinta-feira (18).
A questão dos diamantes russos e das possíveis sanções não é nova e suscita divergências na União Europeia. A Bélgica, que abriga o principal centro mundial de comércio de diamantes em Antuérpia, sempre se opôs.
Entretanto, isso não impediu a Polônia de propor uma nova rodada de sanções contra a Rússia em abril, sugerindo penas mais duras quanto ao petróleo russo e implementando um mecanismo para a importação de diamantes.
O responsável europeu alertou que não haverá acordo nesta fase dentro do bloco comunitário, mas se disse otimista quanto às possibilidades de progresso durante a cúpula.
De acordo com o World Diamond Centre na Antuérpia, as sanções levariam a cidade a perder cerca de 30% do seu negócio de diamantes e beneficiariam, acima de tudo, os concorrentes. Para o organismo, a decisão de comprar ou não pedras preciosas russas deve, antes de tudo, ser do cliente.
Já na última quarta-feira (17), Estados Unidos, Japão, Canadá e quase todos os países europeus assinaram um registro de danos de guerra causados pela invasão russa da Ucrânia. Este arquivo permitirá solicitar reparações e ações judiciais contra Moscou pelas milhares de vítimas e os bilhões de euros de destruição.
“Queríamos uma justiça centrada na vítima”, disse a secretária-geral do Conselho da Europa, Marija Pejčinović Burić. A iniciativa pretende mostrar que o processo de “justiça para a Ucrânia” avança, mesmo quando a perspetiva de um possível tribunal especial para crimes de guerra cometidos durante a invasão permanece distante.
A Ucrânia, que faz parte do Conselho da Europa, acolheu a criação do registro, que terá sede em Haia (Holanda), tal como o Tribunal Penal Internacional (TPI). “Não haverá paz confiável sem justiça”, disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na noite de terça-feira (16) por videoconferência. *Com informações RFI