Um segurança britânico que trabalhava na embaixada do Reino Unido em Berlim foi condenado, nesta sexta-feira (17), a mais de 13 anos de prisão por espionar para a Rússia. O crime foi descoberto depois que o funcionário caiu em uma elaborada armadilha.
David Ballantyne Smith, de 58 anos, foi condenado pelo juiz do Tribunal Criminal de Londres, Mark Wall, com base no “dano” causado ao Reino Unido por suas ações. O réu admitiu oito acusações ligadas à espionagem.

David Smith posou para uma foto da Embaixada da Rússia em Berlim. CRÉDITO : East2West News
O réu foi condenado a 13 anos e dois meses de prisão, devendo cumprir, efetivamente, metade da pena.
Apesar de o acusado não ter entregue documentos altamente sigilosos, nem ter repassado informações sobre armas britânicas, o magistrado considerou que sua culpa era “alta”, já que ele copiou uma “quantidade significativa de material ao longo dos anos”. Smith teria começado a compilar esses papéis em 2018.
“Seu motivo para ajudá-los [os russos] era prejudicar os interesses britânicos”, acrescentou Wall.
Smith, que trabalhou por cinco anos na embaixada britânica na Alemanha, se declarou culpado em novembro (2022) por violar a lei de segredos oficiais.
O ex-guarda de segurança foi acusado de acordo com a Lei de Segredos Oficiais de 1911 e a Lei de Segredos Oficiais de 1920, relativa “à coleta e comunicação de informações úteis ao Estado russo” entre outubro de 2020 e agosto de 2021.
Smith admitiu que “para fins prejudiciais ao Estado” entrou em contato com o major-general Sergey Chukhurov, o adido militar russo baseado na Embaixada da Rússia em Berlim.
O material enviado ao general Chukhurov “continha detalhes sobre as atividades, identidades, endereços e números de telefone de vários membros do serviço público de Sua Majestade”.
Quando as autoridades britânicas e alemãs souberam da carta, planejaram uma armadilha para tentar pegá-lo em flagrante. A promotoria alegou que o britânico, casado com uma ucraniana, foi motivado por seu ódio ao Reino Unido e à Alemanha.
“O acusado expressou opiniões contrárias ao Ocidente e à Otan, e manifestou seu apoio ao [presidente russo] Vladimir Putin”, disseram os promotores.
Os advogados de Smith argumentaram que seu desejo era apenas de se vingar da embaixada por se sentir maltratado e mal remunerado. Apesar da ausência de uma evidência escrita dos pagamentos, o juiz Wall considerou que o réu havia “cobrado por sua traição”.
Smith “cobrou por sua traição e estava motivado por sua antipatia por este país e pretendia prejudicar os interesses britânicos agindo como agiu”, insistiu o magistrado. *Informações AFP e Telegraph