Diversas vozes têm alertado, nos últimos meses, para as consequências geradas pela Inteligência Artificial (IA). Apesar disso, pesquisadores seguem com novos estudos sobre o tema. Segundo a revista francesa L’Express desta semana, cientistas apostam em “organoides cerebrais” para desenvolver IAs cada vez mais potentes.

De acordo com a reportagem, uma equipe da Universidade norte-americana Johns Hopkins (JHU) publicou recentemente um estudo que propõe, como método revolucionário, a “inteligência organoide”, que tem o objetivo de criar computadores vivos, compostos de neurônios fabricados a partir de células-tronco. Os pesquisadores pretendem criar inteligências artificiais cada vez mais poderosas copiando partes do cérebro humano.

Os cientistas transformaram células epiteliais ou do sangue em células-tronco, e promoveram a conexão entre elas. Eletrodos instalados em lâminas de laboratório registram as atividades desses organoides e permitem a realização de certas ações. Pesquisadores que assinaram o estudo conseguiram, por exemplo, “ensinar” as células cerebrais a jogar um jogo de videogame.  

Outros estudiosos consideram, entretanto, que nem todos os objetivos dessa pesquisa são realistas, porque os aparelhos eletrônicos são mais resistentes e rápidos que os organoides. De toda forma, o desafio está lançado, com muitas propostas de pesquisas voltadas também para robôs vivos, com a utilização de células de outros animais. Ao que tudo indica, a inteligência organoide veio para ficar.

Para autor de Sapiens, IA ameaça a sobrevivência da civilização humana

Ainda na revista L’Express, Yuval Noah Harari, autor do best seller “Sapiens: uma breve história da humanidade”, é enfático ao dizer que a IA é uma das novas armas de destruição massiva. Para ele, ao dominar a linguagem e a comunicação, a inteligência artificial poderá estabelecer contatos íntimos com as pessoas e assim mudar as suas opiniões e as suas visões de mundo.

Harari destaca também que ainda é possível regular essas ferramentas, mas  é preciso agir de imediato. “Ainda que as armas nucleares não possam inventar bombas mais potentes, a IA pode criar uma inteligência exponencialmente mais poderosa. A primeira etapa crucial consiste em exigir controles de segurança rigorosos antes que essas ferramentas estejam difundidas no domínio público”, avalia. *Informações RFI

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