O presidente argentino, Alberto Fernández, viaja com o seu ministro da Economia, Sergio Massa, e com o seu chanceler, Santiago Cafiero, para reunião no Alvorada nesta terça-feira (2) às 17 horas.
O objetivo da Argentina é obter linhas de financiamento do BNDES para exportações de produtos brasileiros e para a construção de um gasoduto estratégico. Por falta de dólares no Banco Central argentino, o país está a ponto de não poder mais importar e ver a sua economia parar em plena corrida eleitoral.
O presidente argentino reúne-se com Lula para obter, no campo econômico, o apoio pretendido em duas frentes principais: linhas de crédito do BNDES para empresas brasileiras exportarem produtos à Argentina e o financiamento da construção de um estratégico gasoduto.
No primeiro caso, a Argentina mantém as importações necessárias para a sua economia continuar a produzir; no segundo, além de evitar importar gás, o país passaria a exportar o produto, invertendo uma deficitária equação na sua balança comercial, agravada pelo aumento das commodities energéticas a partir da guerra na Ucrânia.
“Esta é uma viagem politicamente relevante porque é economicamente importante para o governo argentino conseguir que o Brasil contribua para a Argentina evitar o principal risco provocado pela escassez de dólares: além da desvalorização da moeda, a falta de dólares limita a importação de bens e de componentes que sustentam a atividade econômica e a produção na Argentina”.
A situação emergencial da Argentina é decorrente das reservas do seu Banco Central, próximas do zero. A escassez de dólares é tamanha, a ponto de o país ter ficado sem dinheiro para importar componentes básicos para a sua própria indústria funcionar.
“O ministro Sergio Massa procura aliviar dois pontos: a demanda de dólares, mas, principalmente, o impacto na atividade econômica porque muitos setores têm limitado as importações, afetando a produtividade. A Argentina vive uma desaceleração muito grande a ponto de que as previsões são de que a economia encolha em torno de três pontos do PIB.
O governo argentino tenta que o seu principal parceiro comercial, o Brasil, continue a lhe enviar produtos, mas sem cobrar agora e sem cobrar em dólares. Por isso, é importante para Buenos Aires que essas linhas do BNDES sejam em reais. Os Bancos Centrais de cada país seriam as garantias do crédito e os responsáveis pela compensação em moeda local. *Com informações da RFI