Israel bombardeou a Faixa de Gaza e o Líbano antes do amanhecer desta sexta-feira (7), dizendo que visava o grupo militante palestino Hamas, em retaliação a várias dezenas de foguetes disparados contra Israel de ambos os territórios. 

A dupla ofensiva teria um único objetivo: uma demonstração de força por parte de Israel, explica o correspondente da RFI em Jerusalém, Sami Boukhelifa.

Foi a maior salva de foguetes feita do Líbano desde que Israel travou uma guerra devastadora de 34 dias com o grupo militante Hezbollah, apoiado pelo Irã, em 2006 e a primeira vez que Israel confirmou um ataque ao território libanês desde abril de 2022.

O bombardeio israelense foi lançado por volta das 4h (22h de quinta-feira em Brasília), atingindo a Faixa de Gaza e o sul do Líbano, disse um comunicado do exército. Os militares “atingiram alvos incluindo infraestruturas terroristas pertencentes à organização terrorista Hamas no sul do Líbano”, segundo o texto.

Explosões foram ouvidas por jornalistas da AFP na região de Tiro, no Líbano, bem como na Faixa de Gaza, onde os ataques aéreos israelenses começaram antes da meia-noite. Jornalistas da AFP na área de Tiro disseram ter ouvido pelo menos três explosões logo após o bombardeio de sexta-feira, e um residente de um campo de refugiados palestino próximo disse que “ouviu detonações”.

“Pelo menos dois projéteis caíram perto do acampamento”, disse Abu Ahmad à AFP.

Período sagrado

As tensões aumentaram entre Israel e os palestinos neste momento em que acontecem a Páscoa judaica e o mês sagrado muçulmano do Ramadã, levando a pedidos internacionais de moderação.

O mais recente surto de violência ocorre depois que a polícia israelense entrou em confronto na quarta-feira (5) com palestinos dentro da mesquita Al-Aqsa de Jerusalém – o terceiro local mais sagrado do Islã.

Na quinta-feira (6), o exército israelense disse que mais de 30 foguetes foram disparados do território libanês.

O exército libanês disse ter encontrado e desmontado um lançador de foguetes múltiplos em um olival na área de Marjayoun, perto da fronteira, ainda carregado com seis foguetes preparados para disparar contra Israel.

Na Faixa de Gaza, o exército israelense disse ter atingido dois túneis e “dois locais de fabricação de armas” pertencentes ao Hamas, “como resposta às violações de segurança do Hamas durante os últimos dias”.

A madrugada foi difícil na Faixa de Gaza, relata a correspondente da RFI nos Territórios Palestinos, Alice Froussard. Os tiros começaram antes da meia-noite, o céu ficou laranja e os habitantes da região ouviram explosões.

O Exército disse que as defesas aéreas interceptaram 25 foguetes, enquanto cinco atingiram o território israelense.

O exército de Israel disse que “não permitirá que a organização terrorista Hamas opere de dentro do Líbano e responsabilize o estado do Líbano por todos os disparos feitos de seu território”. *RFI