A polícia de Hamburgo investiga as circunstâncias de um ataque a tiros a um centro religioso de Testemunhas de Jeová que terminou com oito mortes e vários feridos na noite de quinta-feira (9). Uma das suspeitas é que o atirador seja um antigo membro da comunidade religiosa.

O ataque aconteceu por volta das 21h15 locais e está sendo chamado pela imprensa alemã de “banho de sangue”. Vizinhos contaram terem ouvido mais de vinte tiros dentro do prédio de três andares, onde acontecia um encontro de fiéis para o estudo bíblico.

Quando os oficiais da polícia chegaram, encontraram os corpos de oito pessoas mortas, entre elas o do suspeito atirador, e diversos feridos. Ao menos outras oito pessoas foram feridas no ataque, segundo a imprensa alemã.

Até a manhã desta sexta (10), a polícia ainda não havia declarado as possíveis razões do atentado. Uma das suspeitas é a de que o suspeito fosse um antigo membro da comunidade religiosa, conforme informou a revista Der Spiegel

O suspeito tinha por volta de trinta anos e estava armado com um revólver.

A comunidade das Testemunhas de Jeová afirmou em um comunicado divulgado nesta sexta-feira que a comunidade estava em “profunda tristeza com o terrível massacre executado contra seus membros”.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, denunciou um “ato de violência brutal”.

Testemunhas de Jeová

O atentado aconteceu em um edifício de três andares, situado no bairro de Gross Borstel, na zona norte de Hamburgo. No local, acontecia uma reunião da comunidade religiosa para a leitura da Bíblia, de acordo com testemunhas.

De acordo com o site da comunidade religiosa, a Alemanha tem 175.000 Testemunhas de Jeová, 3.800 deles em Hamburgo.

Ameaças na Alemanha

Apesar de o motivo do ataque ainda ser uma incógnita, as autoridades alemãs estão em alerta para uma dupla ameaça: o jihadismo e a extrema direita.

Desde 2013 e até o fim de 2021, o número de islamistas considerados perigosos com presença na Alemanha se multiplicou por cinco e é, na atualidade, de 615, segundo o Ministério do Interior.

Outra ameaça recorrente na Alemanha nos últimos anos é representada por membros violentos pela extrema direita, que perpetraram ataques mortais contra centros comunitários ou religiosos nos últimos anos.

Em um atentado racista em Hanau, perto de Frankfurt, um alemão envolvido com movimentos de conspiração matou nove jovens, todos eles de origem estrangeira, em fevereiro de 2020. *RFI