As universidades do Afeganistão retomaram as aulas nesta segunda-feira (6), após o recesso de inverno, mas as mulheres continuam vetadas dos estabelecimentos de ensino superior pelo governo Talibã.
A proibição de frequentar a universidade é uma das várias restrições impostas às afegãs pelo Talibã desde que o movimento fundamentalista retornou ao poder, em agosto de 2021.
O governo Talibã impôs a proibição depois de acusar as alunas de ignorar o rígido código de vestimenta para as mulheres e a exigência de serem acompanhadas por um parente do sexo masculino na ida e na volta do campus.
Vários líderes talibãs afirmaram que a proibição às mulheres é temporária, mas também não autorizaram o retorno das jovens às escolas do ensino médio, fechadas há mais de um ano. O governo alega falta de recursos e tempo para ajustar o currículo aos ensinamentos islâmicos.
A realidade, de acordo com algumas fontes do Talibã, é que os ultraconservadores que aconselham o líder supremo do Afeganistão, Hibatullah Akhundzada, são profundamente céticos a respeito da educação moderna para as mulheres.
Desde que retornou ao poder, o Talibã excluiu as mulheres da vida pública. Elas foram afastadas de muitos empregos públicos e muitas são obrigadas a ficar em casa, recebendo uma fração de seu salário.
Também não podem frequentar parques, feiras, academias, banheiros públicos e devem cobrir todo o corpo em público. Grupos de defesa dos direitos humanos criticaram as restrições e a ONU denunciou um “apartheid de gênero”. *Informações RFI/AFP