Teve início neste sábado(19), na ilha de Djerba, na Tunísia, a 18ª cimeira da Organização Internacional da Francofonia. Nos próximos dois dias, os 88 países membros pretendem reforçar o papel da organização na resolução das crises mundiais e criar oportunidades para os jovens que integram o espaço da francofonia.

A Organização Internacional da Francofonia deve reforçar “a influência num mundo cada vez mais fraturado” pelas diversas crises mundiais, começou por defender na abertura da cimeira a secretária-geral da organização, Louise Mishikiwabo.

A antiga responsável pela diplomacia ruandesa sublinhou que a “Francofonia deve manter a ligação de forma a evitar as tensões que degeneram em conflitos”, propondo ainda uma “Francofonia descomplexada” e “mais unida” na “elaboração de posições comuns”, de forma a caminhar para um “multilateralismo estruturado”.

A responsável citou as inúmeras “tempestades” que sacudiram o planeta, nomeadamente a pandemia de Covid19, assim como os desafios ambientais e tecnológicos.

Sob o lema “A conectividade na diversidade: O digital como vector de desenvolvimento e da solidariedade no espaço francófono”, esta cimeira visa reforçar o sector económico, sobretudo “na criação de postos de trabalho para os jovens que integram o espaço da francofonia”, defendeu Louise Mishikiwabo.

A cimeira da Francofonia, organização fundada em 1970, coincide com a fase final da COP 27 sobre o clima no Egipto e com a reunião do G20 na Indonésia, dominada pela guerra na Ucrânia, pais observador da OIF.

A secretária-geral da OIF não mencionou o conflito durante o seu discurso, todavia o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, que marca presença na cimeira, espera poder abordar o assunto com outros dirigentes.

Sobre a guerra na Ucrânia, as divergências agravaram-se no mundo francófono, com muitos países africanos a lamentar a falta de solidariedade internacional com o continente, face aos ocidentais mais solidários com a Ucrânia.

O primeiro-ministro da Arménia, país que assegurava a presidência da OIF, denunciou no seu discurso a “pressão injustificada e não provocada” do Azerbaijão, país vizinho. Nikol Pashinian instou a comunidade internacional a condenar “a ocupação de partes do território arménio”, exigindo “o retorno das forças do Azerbaijão às suas posições anteriores”.

De acordo com um comunicado de imprensa, o Quebec quer aproveitar para falar na importância do francês, a terceira língua comercial do mundo e reforçar a sua presença nos países lusófonos onde aumentam as oportunidades de negócios, não esquecendo a “consolidação da democracia”.

Angola marca presença na cimeira da OIF, o país vai ser formalmente admitido como Membro Observador da Organização Internacional da Francofonia. Em declarações ao jornal de Angola, o ministro da Relações Exteriores, Téte António, reconehceu que resulta do facto de Angola possuir relações privilegiadas com países francófonos, permitindo ainda reforçar a integração com os países vizinhos e com a comunidade francófona.

A reeleição do novo secretário-geral da Organização Internacional da Francofonia é outros dos pontos da agenda dos chefes de Estado e governo. *RFI

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