
Os moradores de Emilia-Romagna testemunharam o ressurgimento de um navio de transporte que afundou no rio local em 1943, escreve o jornal The Guardian.
Foi encontrado um navio em Emilia-Romagna, nas margens do rio italiano Pó, em meio à sua pior seca dos últimos 70 anos, relatou na sexta-feira (17) o jornal The Guardian.
O recuo da água revelou uma embarcação de transporte da Segunda Guerra Mundial, apesar de parte dela já ter sido visível antes.
“Nos últimos anos você podia ver a proa do barco, então sabíamos que ele estava lá, mas ver a embarcação tão exposta em março, quando ainda era praticamente inverno, foi muito dramático. Nunca vi uma tal seca nesta época do ano. Nossa principal preocupação costumava ser a inundação do nosso rio, agora nos preocupamos que ele desapareça”, disse Alession Bonin, um fotógrafo amador.
Como relatou na sexta-feira (17) a emissora CBS News, o navio, que mede 50 metros de comprimento e carregava madeira, foi afundado em 1943.
Consequências amplas da seca
As preocupações com o fenômeno têm aumentado em meio à situação no rio, com um dos mais secos invernos locais precedendo a atual situação. A seca, a pior dos últimos 70 anos, tem causado a queda nos níveis de água no maior rio da Itália, que alimenta várias regiões e centros industriais do país.
O baixo nível de água e a falta de chuva está levando a uma escassez de água potável no norte de Itália, disseram as autoridades, e afetará tudo, desde a produção de vegetais até a energia hidrelétrica e a pesca.
A seca foi causada por temperaturas mais altas do que o normal, baixa pluviosidade e reduzida queda de neve durante o último inverno local, o que reduziu o do fluxo de neve derretida no Pó.
Os líderes das regiões de Lombardia, Piemonte, Veneto e Emilia-Romagna já instaram que fosse declarado o estado de emergência, com algumas cidades do norte da Itália dependendo do abastecimento de água por caminhão.
“Esta seca é única na história devido à combinação de duas anomalias: a falta de chuva em cima do aumento da temperatura, que está diretamente relacionado à mudança climática”, comentou Luca Mercalli, presidente da Sociedade Meteorológica Italiana. *Sputnik