A presidente da Comissão Europeia anunciou esta terça-feira, 23 de Fevereiro, o pacote de sanções contra a Rússia adoptado pelos 27 e prometeu que a União Europeia vai “tornar tão difícil quanto possível para o Kremlin a prossecução das suas políticas agressivas”.
Numa declaração em Bruxelas, Ursula von der Leyen advertiu que caso “a Rússia continuar a agravar esta crise que criou”, a União Europeia está pronta a tomar rapidamente “novas medidas em resposta”.
Relativamente às sanções aprovadas pelos 27 Estados-membros, a representante considerou tratar-se de um “sólido pacote”, com “uma série de medidas calibradas”, que constituem “uma resposta clara às violações do direito internacional por parte do Kremlin”.
“As sanções visam directamente os indivíduos e empresas envolvidos nestas acções. Visam os bancos que financiam o aparelho militar russo e contribuem para a desestabilização da Ucrânia. Estamos também a proibir o comércio entre as duas regiões separatistas e a UE – tal como fizemos após a anexação ilegal da Crimeia em 2014. E, finalmente, estamos a limitar a capacidade do Governo russo de angariar capital nos mercados financeiros da UE”, declarou.
A eurodeputada portuguesa do Bloco de Esquerda, Marisa Matias, duvida da eficácia destas sanções aprovadas ontem pelos 27 Estados membros. A União Europeia tem um papel importante na solução da crise no Leste da Europa.“Já tivemos várias circunstâncias em que se reforçaram as sanções à Rússia e cujos resultados não foram necessariamente os esperados”, lembra.
“Não nos podemos esquecer que do outro lado há contra-sanções. Tivemos essa experiência quando foi da Crimeia e os impactos que as sanções russas tiveram na agricultura europeia, afetando tantos países como Portugal, Espanha ou França”, alerta Marisa Matias.
Este é um instrumento legítimos e utilizado em algumas circunstâncias recorda a eurodeputada, duvidando que “no caso da Rússia, e tendo em conta o passado recente, esta seja a abordagem que vá trazer mais efeitos”.
Questionada quanto à solução para travar esta escalada de tensão no Leste da Europa, Marisa Matias, acredita que a União Europeia “pode ter um papel na promoção da Paz e da diplomacia”. Contudo, sublinha a importância da União Europeia “ter uma agenda própria, sem ser uma extensão da agenda de Washington ou da NATO, sem tomar parte do conflito, escolhendo um dos lados e deixando de ter o papel relevante que pode ter, contribuindo para a Paz”. *Informações RFI