As autoridades russas nomearam um importante grupo de direitos LGBTQ e vários advogados como “agentes estrangeiros” na noite de segunda-feira, continuando uma repressão de meses contra ativistas, apoiadores da oposição e mídia independente.
O Ministério da Justiça acrescentou à Rede LGBTQ russa, o proeminente advogado Ivan Pavlov e quatro de seus ex-colegas ao seu registro de “agentes estrangeiros”. A designação implica escrutínio governamental adicional e carrega fortes conotações pejorativas que podem desacreditar os destinatários.
A Rede LGBTQ da Rússia defende os direitos civis na Rússia desde 2006 e possui 17 filiais em todo o país. O grupo é bem conhecido na Rússia e no exterior por seu esforço para resgatar gays e lésbicas da Chechênia, uma região predominantemente muçulmana no sul da Rússia, onde as autoridades locais teriam desencadeado uma violenta repressão contra as pessoas LGBTQ.
Pavlov e quatro outros ativistas adicionados à lista faziam parte da Equipe 29, uma associação de advogados e jornalistas especializados em casos de traição e espionagem e questões de liberdade de informação. A equipe 29 fechou no início deste ano, temendo processo contra seus membros e apoiadores, depois que as autoridades acusaram o grupo de espalhar conteúdo de uma organização não governamental tcheca que havia sido declarada “indesejável” na Rússia.
Em abril, as autoridades russas abriram um processo criminal contra Pavlov, que representava um ex-jornalista russo acusado de traição. Eles acusaram Pavlov, que desde então deixou a Rússia e se reinstalou na Geórgia, de divulgar informações relacionadas a uma investigação policial.
A Rede LGBTQ russa disse em um comunicado que continuaria a operar e contestaria a designação no tribunal. *Israel Hayom